Será que neste país podemos realmente considerar apenas os dirigentes, os governantes, as autoridades como corruptos e negligentes? Mas, será que uma tal indagação não acaba por tocar na questão da hipocrisia imanente ao povo desta nação? Porque aí reside o objetivo desse texto!
Há em grande parte das reclamações oriundas do povo sobre este país, uma hipocrisia exacerbada, uma predisposição a mentira. E podemos destacar no âmago desse processo a relação estabelecida pela democracia entre “governo e o povo” (se é que podemos utilizar aspas para tal relação).
O povo escolhe seus representantes no governo através da “votocracia” democrática, logo, por mais que se busque evitar uma dedução, somos inevitavelmente impelidos a concluir que todo e qualquer governante eleito é de total responsabilidade dos eleitores.
E neste ponto se inicia todo o teor dessa reflexão que propomos aqui, pois inicialmente concordamos que a crítica a um governo por parte do povo é de direito, entretanto uma insatisfação tão incansável que há em relação aos dirigentes desse país, não seria uma contradição? Uma clara contradição? Será que tal insatisfação não seria uma irracionalidade, porque pelo que sabemos até então, não foi o próprio povo que elegeu seu governo?
Deduções que os “cabeças de vento” deste país não têm a capacidade intelectual de assimilar!
Todo o núcleo do processo de corrupção, indignação, necessidade de manutenção da democracia neste país, passa por este ponto.
Não houve ainda um espírito político profundo neste país que enxertasse essa necessária reflexão, que também não se exime de ser uma crítica, e estamos aqui como progenitores da mesma: “Assim como seus governantes, grande parte do povo dessa nação é extremamente corrupto, negligente, e antes de tudo imbecis no que tange a política”
Se nos é permitido aqui criamos uma analogia comparamos esta relação entre governantes e governados no Brasil, a uma relação entre dois ladrões onde um apenas possibilita a ação do outro, enquanto este último realiza a principal ação de roubo. Mas, estamos aqui para fazer uma pergunta: Por que amenizar a punição do primeiro ladrão por parte do júri? Não estaria na ação do primeiro a origem da ação do segundo? Mas será que aqui se pensaria de tal forma? E transferindo tais perguntas ao escopo desse texto: Será que apenas os governantes são os corruptos, os cabeças de repolho deste país, ou será que tais adjetivos também devem ser legados aos eleitores deste país, a grande parte do povo?
Os homens decadentes deste país não percebem que seu voto, sua resignação perante as decisões políticas, são pontos cruciais para essa democracia decadente, que gera esse governo decadente e corrupto por excellence. Infelizmente não temos uma nação preparada para assimilar essa reflexão. Teremos que aguardar por muito tempo o nascimento de homens mais intelectuais, mais profundos, mas fortes do que estes que temos aqui, e sinceramente caro leitor, acreditamos na vinda desses senhores.
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Edvan de Jesus
Referências Bibliográficas:
- A Nova Crítica(texto proibido). JESUS, Edvan de. http://www.edvanjesus.blogspot.com. 2011.
No Brasil ainda não pensamos esse outro lado da história. Parabéns pelo texto! Muito bom!
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